A mulher do jornalista britânico Dom Phillips, Alessandra Sampaio, disse nesta segunda-feira (13) que os corpos dele e do indigenista Bruno Pereira foram encontrados. Eles estão desaparecidos há mais de uma semana na Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas.
Montagem com fotos do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips — Foto: TV Globo/Reprodução
Segundo
Alessandra, após receber a informação, ela recebeu uma ligação da PF
confirmando a localização de 2 corpos, mas informando que eles ainda precisavam
ser periciados para que a identificação pudesse ser feita.
Ainda
de acordo com Alessandra, a Embaixada Britânica – que já havia comunicado aos
irmãos de Dom Phillips a localização dos corpos do jornalista e do indigenista
– ratificou a informação da PF.
O
jornal britânico "The Guardian", para o qual Dom Phillips trabalhou,
afirma que a família do jornalista foi informada da localização de 2 corpos
pelo embaixador brasileiro no Reino Unido.
"Ele
não descreveu a localização e disse que foi na floresta e que estavam amarrados
a uma árvore e ainda não haviam sido identificados, disse Paul Sherwood,
cunhado de Phillips, ao Guardian.
Bruno
e Dom foram vistos pela última vez em 5 de junho ao chegarem a uma localidade
chamada comunidade São Rafael. De lá, eles partiram rumo a Atalaia do Norte,
viagem que dura aproximadamente duas horas, mas não chegaram ao destino.
No
domingo (12), as equipes de busca encontraram um cartão de saúde e outros
pertences de Bruno, além de uma mochila com roupas pessoais de Dom na área onde
são feitas as buscas pelo jornalista inglês e pelo indigenista no interior do
Amazonas.
Segundo
as autoridades, o material estava próximo da casa de Amarildo Costa de
Oliveira, o único preso suspeito de envolvimento no desaparecimento até aqui. A
família de Oliveira afirmou que ele foi torturado pela polícia.
Quem
são Bruno Pereira e Dom Phillips
Além
de indigenista, pessoa que reconhecidamente apoia a causa indígena, Bruno
Pereira é servidor federal licenciado da Funai. Ele também dava suporte a União
dos Povos Indígenas do Vale do Javari, (Univaja) em projetos e ações pontuais.
Segundo
a nota da Univaja, Bruno era "experiente e profundo conhecedor da região,
pois foi Coordenador Regional da Funai de Atalaia do Norte por anos".
Dom
morava em Salvador e fazia reportagens sobre o Brasil há mais de 15 anos para
veículos como "Washington Post", "New York Times" e
"Financial Times", além do "The Guardian". Ele também
estava trabalhando em um livro sobre meio ambiente com apoio da Fundação Alicia
Patterson.
Dom
e Bruno faziam expedições juntos na região desde 2018, de acordo com o
"The Guardian".
Críticas
à demora nas buscas
Equipes
da Marinha, Exército e Força Nacional foram enviadas à Atalaia do Norte para
auxiliarem nas buscas pelos desaparecidos. O Governo do Amazonas também enviou
uma força-tarefa da Secretaria e Segurança Pública do Estado composta por
policiais civis e militares, além de mergulhadores do Corpo de Bombeiros.
As
buscas contam, ainda, com o apoio de voluntários e comunitários e indígenas da
região. As forças de segurança usaram embarcações e aeronaves nas buscas.
As
famílias do indigenista e do jornalista fizeram apelos pela celeridade nas
buscas. A família falou sobre a angústia na espera de notícias e disse que
tinha esperança que os dois tinham sofrido um acidente.
Nota
da PF
O
Comitê de crise, coordenado pela Polícia Federal/AM, informa que, não procedem
as informações que estão sendo divulgadas a respeito de terem sido encontrados
os corpos do Sr. Bruno Pereira e do Sr. Dom Phillips.
Conforme
já divulgado, foram encontrados materiais biológicos que estão sendo periciados
e os pertences pessoais dos desaparecidos.
Tão
logo haja o encontro, a família e os veículos de comunicação serão
imediatamente informados.
Da Redação/Viva
Notícias
Fonte: g1
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