A inclusão de três opções de quimioterapia oral no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) traz benefícios em termos de sobrevida aos pacientes e permite a prescrição, pelo médico, para aqueles pacientes que têm seguro saúde, avaliou hoje (16) a oncologista Andreia Melo, do Grupo Oncoclínicas, também chefe da Divisão de Pesquisa Clínica do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Segundo
o Inca, a estimativa é que em cada ano do triênio 2020-2022, o Brasil tenha em
torno de 41 mil novos casos de câncer colorretal, 21 mil casos de câncer
gástrico e 30 mil de câncer de pulmão, além de 11 mil casos novos de leucemia,
dos quais a leucemia linfoide crônica responderá por cerca de um quarto. No
total, o Inca estima o aparecimento de 650 mil casos novos de câncer no país a
cada ano do triênio.
Por
isso, na avaliação da oncologista, é grande o significado que as incorporações
de tratamento podem trazer aos pacientes.
“Elas
trazem novas opções terapêuticas. São novas linhas de tratamento para pacientes
com essas neoplasias (colorretal e gástrico) no cenário metastático. No caso do
câncer de pulmão, você tem a seleção por um biomarcador e tem uma resposta
objetiva muito boa com o uso do tratamento e ganho de sobrevida”.
A
cobertura obrigatória dessas três novas opções de quimioterapia oral pelos
planos de saúde é fundamental para que o oncologista faça, na sua prática
clínica, o que há de melhor na literatura, em termos de padrão de tratamento.
Cânceres
Câncer
colorretal é o nome dado ao tipo de tumor que atinge a região do intestino
grosso (cólon), reto (final do intestino, antes do ânus) e o ânus. Apenas em
2019, a doença provocou mais de 20 mil mortes no país. Esse é, segundo o Inca,
o terceiro tipo de câncer mais comum no Brasil, com um risco estimado de cerca
de 19 casos novos a cada 100 mil pessoas. O câncer colorretal metastático é o
estágio avançado da doença. O tratamento deve ser contínuo, visando prolongar a
sobrevida, diminuir sintomas relacionados ao tumor, postergar a progressão da
doença e manter a qualidade de vida. Mesmo considerando que a doença esteja em
um estágio mais avançado, os pacientes ainda podem receber tratamento.
O
Inca adverte que quase 30% de todos os cânceres colorretais poderiam ser
evitados mediante uma dieta saudável, prática de atividades físicas e redução
do consumo de bebidas alcoólicas. O instituto, vinculado ao Ministério da
Saúde, estima que, em 2030, a despesa do Sistema Único de Saúde (SUS) com
pacientes que desenvolverão esse tipo de câncer, em função da exposição a
fatores de risco evitáveis, vai ser 88% maior do que o valor gasto registrado
em 2018, que alcançou R$ 545 milhões.
Andreia
Melo advertiu que o custo da assistência em oncologia tem subido a cada ano,
não só pelo aumento do número de casos. “É uma doença que tem ficado mais
incidente e tem aumentado a sua mortalidade também. É claro que, junto disso,
você caminha com o desenvolvimento de novas opções terapêuticas, novas
tecnologias, novas intervenções que, habitualmente, apresentam alto custo”.
Já
o câncer de estômago, também conhecido como câncer gástrico, é o terceiro tipo
mais frequente entre homens e o quinto entre mulheres, com um risco estimado de
12,81 casos a cada 100 mil homens e 7,34 para cada 100 mil mulheres. No mundo,
foram estimados 684 mil casos novos em homens, sendo o quarto mais frequente
entre todos os cânceres. O tipo mais frequente é o adenocarcinoma, responsável
por 95% dos casos, sendo a infecção pela bactéria Helicobacter Pylori o
principal fator de risco.
Já
a leucemia linfocítica crônica (LLC) se caracteriza por um aumento do número de
linfócitos, que são um dos principais tipos celulares dos leucócitos, ou
glóbulos brancos. Trata-se de uma doença que se desenvolve de forma lenta e
afeta, em sua maioria, pessoas com mais de 55 anos. A idade média no momento do
diagnóstico é em torno de 70 anos. Extremamente rara em crianças, o risco de
uma pessoa desenvolver LLC é de 0,57%, sendo um pouco maior em homens do que em
mulheres.
De acordo
com o Inca, o câncer de pulmão é o segundo mais comum no Brasil e o primeiro em
todo o mundo, tanto em incidência quanto em mortalidade. É responsável por
cerca de 13% de todos os novos casos de câncer, com incidência mundial de 1,8
milhão de casos novos. Esse tipo de câncer é considerado hoje uma das
principais causas de morte evitáveis, porque, em cerca de 85% dos casos, seu
aparecimento está diretamente ligado ao consumo de derivados do tabaco. O
cigarro constitui o mais importante fator de risco.
Na
mesma decisão, a ANS aprovou a incorporação no Rol de Procedimentos e Eventos
em Saúde da substância Risanquizumabe, para tratamento da psoríase moderada a
grave.
Da Redação/Viva
Notícias
Fonte: Agência Brasil
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