Um grupo de cientistas divulgou nesta segunda-feira (25) a descoberta de um anticorpo que ataca células-tronco cancerígenas, mas que não danifica células saudáveis.
Imagem de microscópio mostra células humanas de câncer de cólon com seus núcleos corados de vermelho. — Foto: NCI/CCR/ASSOCIATED PRESS
“A medicina do futuro começa aqui”, disse
Eduard Battle, pesquisador do Instituto de Investigação em Biomedicina de
Barcelona (IRB) que participou do projeto.
Uso
de 'espião': os organoides
O
estudo foi feito com camundongos, ou seja, ainda é considerado inicial, mas os
cientistas afirmam que ele oferece as bases para a disseminação do uso de
organoides (pequenos tecidos em 3D derivados de células-tronco) no processo de
descoberta de novos medicamentos pela indústria farmacêutica.
Isso
porque os organoides, que são culturas celulares, poderão facilitar a realização
de testes e a identificação de medicamentos que serão eficazes para pacientes
caso utilizadas nos estágios iniciais de desenvolvimento de drogas.
Outra
vantagem é que há também a possibilidade de identificar logo de cara os
possíveis efeitos colaterais desses medicamentos e até mesmo se eles serão
eficazes contra tumores portadores de uma mutação específica.
Mas
isso só foi possível porque, pela primeira vez, uma espécie de 'biobanco' de
organoides de pacientes com câncer de cólon foi utilizado. Assim, os
pesquisadores puderam identificar qual novo anticorpo, entre centenas
analisados, foi mais eficaz e possivelmente mais adequado para a maioria dos
pacientes.
Atualmente,
a medicina regenerativa faz o uso de organoides somente para personalizar o
tratamento contra o câncer: pesquisadores avaliam, por exemplo, a eficácia de
um tratamento para um determinado paciente.
A
empresa holandesa de biotecnologia Merus, que encabeçou o projeto com
pesquisadores do IRB Barcelona, do Centro de Pesquisa Biomédica da Rede do
Câncer (CIBERONC), pretende agora publicar nos próximos meses novos dados sobre
os ensaios clínicos em andamento.
Teste
de segurança em humanos
Em
outubro do ano passado, a companhia apresentou dados preliminares sobre a
segurança, tolerabilidade e atividade antitumoral da monoterapia com o MCLA-158
em um tumor maligno desenvolvido a partir de células epiteliais, o carcinoma de
células escamosas de cabeça e pescoço (HNSCC).
Segundo
o estudo de fase 1, três dos sete pacientes com HNSCC obtiveram respostas
parciais, com um atingindo resposta completa após a data de corte de dados de
agosto de 2021. A redução do tumor foi observada em todos os sete pacientes.
“Esperamos
que a atividade antitumoral relatada nos dados preliminares seja confirmada”,
acrescentou Batlle.
Da Redação/Viva
Notícias
Fonte: g1
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