O prefeito de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB), afirmou nesta terça-feira (5) em audiência no Senado que um pastor cobrou dele um quilo de ouro em troca de conseguir liberação de recursos no Ministério da Educação.
Prefeito de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (dir.), fala a senadores sobre pedido de ouro por pastor em troca de verba no MEC — Foto: Reprodução/TV Senado
Em
22 de março, se tornou conhecida uma gravação na qual o então ministro da
Educação, Milton Ribeiro, dizia a prefeitos que, a pedido do presidente Jair
Bolsonaro, repassava verba a municípios indicados por pastores. O episódio
levou à demissão de Milton Ribeiro.
"Eu
cheguei a Brasília para uma reunião que ia ter no MEC com as prefeituras,
principalmente de municípios que estão com obras inacabadas. No MEC, fui muito
bem recebido pela equipe, o ex-ministro nos tratou muito bem, se colocou
bastante à disposição para ajudar os municípios e, logo após essa palestra, a gente
foi visitar no saguão do plenário a equipe técnica para ver se tinha alguma
possibilidade, para ver se tinha recursos para terminar a creche inacabada. E
já nesse momento o pastor Arilton Moura convidou para um almoço [...], que o
almoço ia ser por conta dele", declarou o prefeito aos senadores.
"Até
então, eu não conhecia o ministro da Educação. O pastor estava, sim, sentado à
mesa na hora da palestra no MEC e, em seguida, nós fomos para esse almoço. E,
lá nesse almoço, que não estava o ministro, só estavam os dois pastores, tinha
uma faixa de uns 20 a 30 prefeitos. E a conversa era muito bem aberta. Ele
virou para mim e disse: 'Cadê suas demandas?'. E ele falou rapidamente: 'Você
vai me arrumar os 15 mil para eu protocolar as demandas e depois que o recurso
tiver empenhado, depois, como a sua região é de mineração, vai me trazer 1
quilo de ouro'. Eu não disse nem que sim nem que não, me afastei da mesa e fui
almoçar", acrescentou Gilberto Braga.
O
prefeito maranhense detalhou ainda que a conversa foi “aberta” e que todos que
estavam na mesa ouviram. “Então, eu acredito que ele tenha feito várias
propostas para outras pessoas”, disse.
Os
pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, integravam, segundo as denúncias dos
prefeitos, o chamado "gabinete paralelo" do MEC, tendo trânsito livre
na pasta e exercendo influência sobre a destinação de verbas da pasta e também
sobre a agenda do então ministro Milton Ribeiro.
Quando
o áudio de Milton Ribeiro se tornou conhecido, Gilmar Santos divulgou uma nota
na qual negou envolvimento com qualquer ato ilícito ligado ao Ministério da Educação.
Afirmou ainda não fazer parte do chamado "gabinete paralelo" e negou ter atuado em qualquer "ato de corrupção", acrescentando não exercer influência sobre a pasta ou sobre Milton Ribeiro.
Da Redação/Viva
Notícias
Fonte: g1
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