O Pará registrou uma queda de 31,94% no número de casos confirmados de malária no primeiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período de 2021. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), responsável pelo levantamento, os dados sinalizam a redução de 4.736 para 3.223 casos confirmados da doença.
Os
números positivos são divulgados no Dia Mundial de Luta contra a Malária, que
transcorre nesta segunda-feira (25). A data foi instituída pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) em 2007 com a finalidade de reconhecer o esforço global
para o controle efetivo da malária.
A
redução de casos no Pará se deve às ações desenvolvidas pelo Governo do Estado,
por meio da Sespa, em conjunto com os 144 municípios paraenses, mantendo a
vigilância constante dessa endemia e facilitando o acesso ao diagnóstico e ao
tratamento imediato dos casos suspeitos da doença, além do combate ao
transmissor da malária.
Sintomas
e tratamento
A malária é causada por um parasito
transmitido pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, que se infecta ao picar
uma pessoa doente. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre alta,
calafrios, tremores e sudorese. Outros sintomas que podem aparecer inicialmente
são náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.
O
diagnóstico pode ser feito por meio de gota espessa ou teste rápido. A gota
espessa é obtida com amostra de sangue colhida diretamente por punção digital.
A
malária tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito. Entretanto se não
for diagnosticada e tratada de forma oportuna e adequada, pode evoluir para as
suas formas graves. Daí a importância de a pessoa, que tenha viajado, nos
últimos 15 dias, para uma área endêmica de malária, procurar imediatamente o
serviço de saúde assim que apresentar algum desses sintomas.
O
tratamento é feito de acordo com o peso do paciente e espécie parasitária,
podendo ser por P. vivax, P. falciparum ou mista. Com resultado positivo para
malária, o paciente recebe os medicamentos e inicia imediatamente o tratamento
pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É
importante que o paciente complete o tratamento mesmo já estando sem sintomas,
para que alcance totalmente a cura.
As
principais medidas preventivas são instalar telas em portas e janelas da casa
se possível; evitar construir casas perto de matas e igarapés, pois são locais
onde o mosquito vive e se reproduz e usar mosquiteiros e repelentes.
Cenário
Segundo
a coordenadora estadual de Controle da Malária, Paola Vieira, o município com
mais casos registrados de malária é Jacareacanga, com 1.019, sendo responsável
por 30,65% do total de casos do estado do Pará. “Isso é consequência,
principalmente, da exploração mineral irregular que ocorre na região, em áreas
de difícil acesso”, informou.
Do
total de casos confirmados em 2022, 1.258 ocorreram em área de garimpo, 1.088
em área rural, 549 em área indígena e 202 em área urbana e 10 em assentamento.
Os
demais municípios com mais casos são Itaituba (906), Anajás (524), Breves
(233), Almeirim (145), Oriximiná (111), Altamira (83), Bagre (45), Novo
Progresso (30) e Curralinho (27). “Esses dez municípios juntos concentram
93,93% do total de casos de malária no Pará, por isso merecem atenção especial
da Sespa e das autoridades sanitárias municipais”, ressaltou.
Quando
se leva em consideração a distribuição de casos por Centros Regionais de Saúde,
o 9º CRS, que abrange as regiões do Baixo Amazonas e Tapajós, concentra 67,03%
dos casos seguido do 8 CRS, que abrange parte da região do Marajó, com 26,68%
dos casos.
Ações
da Sespa
A
Sespa continua intensificando as ações de forma complementar para garantir o
controle e reduzir a carga da doença. Porém, é importante dar sustentabilidade
a essas ações e manter a vigilância, assim como também sensibilizar a gestão
local.
Entre
as ações realizadas no primeiro trimestre de 2022, merece destaque a elaboração
do Planejamento Anual de Controle da Malária 2022; a distribuição de materiais
educativos sobre o tema para os Centros Regionais de Saúde; reunião com
representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) para tratar do
surto de malária na capital paraense; assessoramento técnico nas ações de
investigação e controle de casos; e garantia de insumos estratégicos para os
municípios, ou seja, inseticida, medicamentos e testes rápidos.
Sobre
os insumos, a coordenadora informou que até o mês de março, foram distribuídos
15.050 testes rápidos e 103.060 comprimidos de medicamentos para o tratamento
da doença para o 9º, 11º, 12º e 13º CRS.
Um
equipamento fundamental como medida preventiva contra a malária é o mosquiteiro
impregnado com inseticida de longa duração (MILD). “Então, enviamos 500
unidades de mosquiteiros de rede e 1.250 de cama divididos entre o 7º e 8º
CRS”, disse Vieira, ressaltando que o quantitativo de MILDs a ser enviado tem
como critérios o número de casos notificados por localidade no Sistema
Sivep-Malária, número de prédios e de habitantes.
No
que tange ao uso de inseticidas para combate ao mosquito, Paola Vieira explicou
que existem dois tipos de borrifação: a intradomiciliar, na qual são borrifadas
as paredes internas das residências e onde o inseticida persiste atuante por
até quatro meses, sendo assim a mais eficaz. “A outra é a nebulização espacial
extradomiciliar, que é indicada como última estratégia de controle, e quando há
estudo prévio do comportamento desse vetor na área. Ela só deve ser utilizada
quando há alta densidade de mosquitos na área externa da casa, que, na maioria
das vezes, ocorre em período noturno”, concluiu.
Da Redação/Viva
Notícias
Fonte: Agência/PA
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