O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, pediu nesta segunda-feira (4) que o tribunal avalie se há indícios de superfaturamento na licitação bilionária do governo federal para comprar ônibus escolares.
Se houver indícios comprovados, Furtado pede que o TCU determine a suspensão cautelar (preventiva) do certame até que o tribunal consiga avaliar o caso."(...)
seja determinado, por V. Ex.ª ou pelo Plenário do Tribunal, em caráter
cautelar, que o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) suspenda
quaisquer tratativas e tomadas de decisões com relação ao supracitado pregão
visando a aquisição de ônibus escolares destinados a atender crianças da área
rural, até que o Tribunal decida sobre o mérito da questão", diz Furtado
no pedido.
Segundo
documentos obtidos pelo jornal "O Estado de S. Paulo", aos quais a TV
Globo também teve acesso, o governo federal abriu um processo de licitação que
prevê pagar R$ 700 milhões a mais na compra de ônibus escolares.
Os
documentos mostram que o governo aceitou pagar até R$ 480 mil por um ônibus
que, de acordo com técnicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE), deveria custar no máximo R$ 270 mil. Veja abaixo:
A
licitação recebeu parecer contrário de órgãos de controle do próprio governo. O
parecer, contudo, foi ignorado até o momento. O certame está marcado para esta
terça-feira (5).
O
pregão é para a compra de até 3.850 veículos para o transporte escolar de
crianças de áreas rurais. A ação faz parte do Caminho da Escola, programa do
FNDE.
"O
fato acima descrito é grave e envolve a possibilidade do desvio de assombrosa
importância em dinheiro. Mais de R$ 730 milhões em prejuízo ao erário, que
podem se converter além disso em prejuízo à democracia, a depender da
destinação que, às vésperas do período eleitoral para o pleito nacional, esses
recursos venham a ter, como, por exemplo, a composição do chamado 'caixa 2 de
campanha'", escreve Furtado.
Ele
afirma, ainda, que cabe ao "controle externo adotar as medidas cabíveis no
sentido de verificar se os preços adotados como referência no supracitado
pregão destinado à compra de ônibus escolares correspondem aos preços de
mercado ou se estão artificialmente inflados, abrindo espaço para o
superfaturamento da negociação e o favorecimento indevido do futuro
fornecedor".
Da Redação/Viva
Notícias
Fonte: g1
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