A Corregedoria da Polícia Civil investigou a fuga do preso Welton Ferreira Nunes Júnior, que ocorreu em 2016, e concluiu que ele pagou R$ 100 mil a policiais para viabilizar a saída da Delegacia de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia. Três anos depois, ele foi condenado por chantagear o padre Robson de Oliveira – cujo caso está arquivado. De acordo com os depoimentos colhidos, a mãe dele o buscou em um carro de luxo da marca Mercedes.
Welton Ferreira, indiciado por pagar R$ 100 mil a policiais civis para fugir de cela na Deic — Foto: Reprodução
De
acordo com o Ministério Público do Estado de Goiás, os autos ainda não foram
concluídos e, até esta terça-feira (29), "não foi aberta vista ao MP para
as providências cabíveis".
Advogado
que representa Welton e a mãe dele, Leidina Alves Bessa (também indiciada no
processo), Ricardo Silvestre disse que a defesa só se manifestará após o caso
ser analisado pelo MP, que pode oferecer ou não denúncia contra os citados.
A
Polícia Civil informou, por meio de nota, que não repassará “detalhes a fim de
não prejudicar o andamento da persecução penal”.
Segundo
a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), Welton Ferreira estava
preso desde 2017, quando foi recapturado após a fuga. Ele conseguiu um alvará
de soltura este ano, mas foi preso novamente. No entanto, as datas da liberação
e da prisão mais recente não foram divulgadas. O investigado está detido em
presídio de Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.
Tratamento
especial
Welton
havia sido preso durante operação contra roubo de gado e foi levado à
carceragem da Deic, onde deveria ficar por alguns dias e depois ser transferido
para a Casa de Prisão Provisória (CPP), em Aparecida de Goiânia. Segundo um dos
depoimentos do próprio preso, ele pagava servidores para não ser transferido,
por medo de ser morto.
Ainda
com base em relatos de Welton, o inquérito detalha que o preso chegou a passar
uma noite na casa que tem em condomínio de luxo em Goiânia. Há registros ainda
de depoimento em que ele narra que, em outra oportunidade, saiu da carceragem
da Deic para uma churrascaria, também na capital, depois voltou.
Sobre a fuga, o inquérito apurou que ela aconteceu no dia 30 de junho de 2016, mas só foi reportada no dia 1º de julho. Nos depoimentos do preso e da mãe dele consta que Leidiane foi à Deic, buscou o filho, depois desceu do carro em um ponto de Goiânia para que ele seguisse viagem sozinho, em direção ao Pará.
De
acordo com o inquérito, nos depoimentos dos dois também é relatado que foi
combinado o pagamento de R$ 100 mil aos policiais envolvidos, sendo que a mãe
fez a entrega do dinheiro – metade antes e metade depois.
Padre
Robson
Welton
foi condenado por extorquir R$ 2 milhões do padre Robson de Oliveira Pereira
ameaçando divulgar mensagens pessoais falsas dele. Segundo decisão de 2019, em
que ele é condenado, o crime foi cometido dois anos antes, nos meses de março e
abril.
O
delegado que investigou o caso à época, Kleyton Manoel Dias, informou que todas
as mensagens usadas pelos criminosos para extorquir o padre eram falsas.
De
acordo com as investigações, o dinheiro foi repassado por transferências
bancárias e entregas em espécie. Os pagamentos eram feitos em quantias de R$ 50
mil a R$ 700 mil. Em alguns casos, o valor era deixado dentro de um carro na
porta de um condomínio ou no estacionamento de um shopping da capital.
Da Redação/Viva
Notícias
Fonte: g1
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