A Polícia Federal abriu nesta sexta-feira (25) dois inquéritos que miram a atuação de pastores na liberação de verbas no Ministério da Educação.
O
primeiro deles foi aberto na Superintendência da PF no Distrito Federal e irá
apurar as suspeitas apontadas em um relatório da Controladoria-Geral da União
sobre distribuições de verbas do FNDE (Fundo Nacional do Desenvolvimento da
Educação).
A
outra investigação foi instaurada na sede do órgão, no setor que cuida de
inquéritos que tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal), e tem como alvo o
ministro Milton Ribeiro e a fala dele em áudio revelado pelo jornal Folha de
S.Paulo.
No
caso do ministro, serão apuradas suspeitas de corrupção passiva, tráfico de
influência, prevaricação e advocacia administrativa.
O
inquérito que mira Ribeiro foi autorizado pela ministra Cármen Lúcia, do STF, e
atendeu a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras.
A
PGR solicitou a investigação depois de a Folha de S.Paulo revelar áudio em que
Ribeiro afirma que o governo Jair Bolsonaro (PL) prioriza prefeituras cujos
pedidos de liberação de verba foram negociados pelos pastores que não têm cargo
e atuam em um esquema informal de obtenção de verbas do MEC.
Na
gravação, o ministro diz ainda que isso atende a uma solicitação do presidente
Bolsonaro e menciona pedidos de apoio que seriam supostamente direcionados para
construção de igrejas. A atuação dos pastores junto ao MEC foi revelada
anteriormente pelo jornal O Estado de S. Paulo.
A
PGR também pretende apurar a suspeita de achaque ao prefeito Gilberto Braga
(PSDB), do município maranhense de Luis Domingues. Ele afirmou que um dos
pastores que negociam transferências de recursos federais para prefeituras
pediu 1 kg de ouro para conseguir liberar verbas de obras de educação para a
cidade.
Segundo
o gestor, o pedido foi feito em um restaurante de Brasília na presença de
outros políticos.
A
declaração do prefeito foi dada ao jornal O Estado de S. Paulo, e a Folha de
S.Paulo confirmou com outras duas pessoas presentes no local onde o pedido de
propina foi feito.
Os
dois pastores, Gilmar Santos e Arilton Moura, também são alvos do inquérito
autorizado por Cármen Lúcia. A ministra deu prazo de máximo de 30 dias
improrrogáveis para o inquérito, "salvo o caso de motivação específica e
suficiente".
Ao
autorizar a abertura de investigação, a ministra disse que "a gravidade do
quadro descrito é inconteste e não poderia deixar de ser objeto de investigação
imediata, aprofundada e elucidativa sobre os fatos e suas consequências,
incluídas as penais".
"Nos
autos se dá notícia de fatos gravíssimos e agressivos à cidadania e à
integridade das instituições republicanas que parecem configurar práticas
delituosas", acrescentou.
"O
cenário exposto de fatos contrários ao direito, à moralidade pública e à
seriedade republicana impõe a presente investigação penal como atendimento de
incontornável dever jurídico do Estado e constitui resposta obrigatória do
Estado à sociedade, que espera o esclarecimento e as providências jurídicas do
que se contém na notícia do crime".
Da Redação/Viva
Notícias
Fonte: Dol
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