A ex-bbb Juliette Freire relatou em entrevista a Pedro Bial como foi o diagnóstico de aneurisma cerebral que recebeu durante um check-up, e que acabou não sendo confirmado após uma intervenção médica em São Paulo.
Ex-bbb Juliette Freire relatou ter recebido diagnóstico de aneurisma cerebral. — Foto: Reprodução/TV Globo
A
doença é grave pois caso não descoberta logo pode acarretar em sérios riscos
para a saúde e qualidade de vida do paciente.
Abaixo,
entenda o que é a complicação, seus principais sintomas e quais os tratamentos:
O
que é um aneurisma?
O
aneurisma é uma dilatação dos vasos sanguíneos, uma fragilidade na parede da
artéria, a via onde circula o sangue do nosso organismo.
Enrico
Ghizoni, diretor da Neurocirurgia da UNICAMP, explica que é possível fazer uma
analogia com um pneu de uma bicicleta.
"Quando
a câmara de um pneu de uma bicicleta está mais frágil, forma-se uma bolha nela.
Então aneurisma é mais ou menos parecido com isso porque a parede do organismo
é bem mais fina do que a parede do vaso", explica.
O
aneurisma cerebral, por sua vez, acomete as artérias intracranianas, que nutrem
o nosso cérebro.
Essa
"bolha", se não descoberta logo, pode se romper a qualquer momento,
causando sérias consequências de saúde para o paciente, ou até mesmo a morte
Ghizoni
diz que a maioria dos estudos estimam que 2% da população mundial tenha algum
aneurisma, mas que somente 0,5% irão apesentar um aneurisma que irá se romper
ou sangrar.
Quais
são os sintomas?
Em
geral, a doença é silenciosa. Caso não haja rompimento, somente exames médicos,
como uma ressonância magnética ou uma tomografia, poderão indicar a
enfermidade.
"Geralmente
são achados acidentais. O paciente vai investigar alguma dor de cabeça, algum problema
do tipo e aí a gente identifica esse aneurisma que não rompeu", relata o
neurocirurgião.
Já os que apresentam rompimento trazem os principais sintomas associados:
Uma
súbita e forte dor de cabeça, que aumenta com o passar do tempo;
"Geralmente a pior dor de cabeça da vida desse paciente", alerta
Ghizoni.
Problemas
na visão - caso o aneurisma cresça perto do nervo da visão;
Desmaios,
náuseas, vômitos;
Dor
no pescoço;
Rigidez
bucal;
Nesses
casos, uma angiografia cerebral digital é mais indicada, um procedimento mais
invasivo que utiliza cateteres para chegar até os vasos cerebrais.
"O
rompimento de um aneurisma é um problema bastante grave porque aumenta a
pressão intracraniana. Chamamos de uma catastrófe intracraniana", diz
Enrico Ghizoni.
Sintomas
como perda de memória ou alucinações são mais raros, mas Ghizoni explica que
isso pode acontecer como uma sequela da doença, não na fase aguda.
"A
fase aguda é algo bem dramático, é uma dor de cabeça muito forte, às vezes pode
até paralisar um lado do corpo, mas não é o mais comum mais comum", diz.
Qual
é o principal perfil e quais são as causas?
O
chefe de Neurocirurgia da Unicamp explica que é importante fazer uma distinção
entre aneurisma e hemorragia. Ele diz que hemorragias (a perda súbita de sangue)
são causadas geralmente por um aneurisma, e que esse último, por sua vez, tem
diversas causas.
Ghizoni
diz que os sintomas de um aneurisma ocorrem porque quando a pressão do cérebro
aumenta, isso facilita o desenvolvimento e o rompimento de um aneurisma e cita
os seguintes grupos que têm mais propensão a terem a doença:
Mulheres,
por volta dos 50 anos
Tabagistas
Pessoas
com síndromes genéticas
Pacientes
com hipertensão
Pacientes
com doenças do colágeno (síndromes de Marfan e de Ehler Danlos)
"O
diagnóstico precoce da hemorragia é muito importante porque se o aneurisma
sangrar de novo, o risco é maior"? A mortalidade beira a 70%", diz o
médico.
Como
é feito o tratamento?
Diagnosticado
o aneurisma, o tratamento em geral é cirúrgico, isso depende da idade do
paciente, do tamanho do aneurisma e do grau de risco que a complicação
representa para o paciente.
Enrico
Ghizoni cita dois procedimentos mais comuns, a embolização ou a cirurgia
aberta.
"Em
geral, se você descobriu um aneurisma que não sangrou, você precisa de
tratamento. É muito raro que isso não aconteça", diz o médico.
A
embolização coloca uma espécie de mola dentro do aneurisma, o que impeda
circulação de sangue para lá e, consequentemente, o seu rompimento.
"O
aneurisma que rompeu tem que ser excluído da circulação. Ou através da
embolização ou através da cirurgia aberta. E aí cada situação tem uma um
tratamento que é melhor. Por exemplo, se for um aneurisma de grau III, que não
é muito comum, a cirurgia aberta em geral é melhor", diz.
Uma
vez então que o paciente fez o tratamento do aneurisma e ele foi completamente
excluído, essa pessoa poderá ter uma vida normal, explica Ghizoni. Contudo, o
especialista ressalta que alguns cuidados devem serem observados depois dessa
recuperação.
"Se
essa pessoa for tabagista ou hipertensa, ela não pode voltar a ter esses
hábitos porque senão daí novos aneurismas podem voltar a se formar", diz.
"O aneurisma é um diagnóstico muito importante grave. Então se você tem
uma suspeita de aneurisma, você tem que procurar um médico para o
diagnóstico".
Da Redação/Viva
Notícias
Fonte: g1
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