O botijão de gás de cozinha é um dos itens que continuam pesando no bolso do consumidor. O valor médio do botijão de 13 quilos custava, em janeiro do ano passado, R$ 80,88, com o menor preço a R$ 75 e o maior R$ 89,00. Doze meses depois, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre os dias 23 e 29 de janeiro, o valor médio saltou para R$ 108,01, com o mais barato sendo encontrado por R$ 95, e o mais caro, R$ 128. O reajuste, ao longo destes meses, foi de 33,54%. No Estado do Pará, o botijão é vendido por até R$ 130, valor que foi constatado em pelo menos três municípios: Paragominas, Parauapebas e Xinguara.
Na
capital, os revendedores de gás enfrentam o desafio de não conseguirem baixar o
preço para o consumidor final e ainda lidar com a concorrência desleal de
vendedores clandestinos. Em um ponto de revenda localizado na travessa
Angustura com a rua Antônio Everdosa, no bairro da Pedreira, atualmente, o gás
está R$ 108 para retirada na portaria. Se for com pedido de entrega ao cliente,
custa R$ 114.
O
gerente Rafael Sousa, 38 anos, relembra que, de janeiro de 2021 a janeiro deste
ano, o gás deve ter tido, aproximadamente, nove reajustes, e os clientes sentem
no bolso este aumento. “Eles acabam reclamando, mas não tem muito como fugir
desta realidade. É um produto que você tem que dar um jeito de comprar. Alguns
ainda comentam que vão usar carvão, mas tem a sujeira das sacas, etc. e eles
acabam desistindo da ideia. O gás é tão necessário quanto a água e a luz dentro
de uma casa, e isso em qualquer classe, desde o rico ao mais pobre”.
Outro
grande desafio, segundo ele, é que existem revendedores que alteram os valores
do botijão, já que não pagam impostos, cobrando preços abaixo do mercado. “O
mercado é desleal desta maneira, mas nós mantemos o valor de R$ 114 para
qualquer consumidor. Quando você chega em um supermercado, não pede desconto.
No posto de gasolina também não. Mas nas revendas de gás, muitos proprietários
deixam isso acontecer e vira uma bagunça”, relatou.
ORÇAMENTO
Para
Renata Portela, 28 anos, proprietária de uma revenda situada no bairro do
Umarizal, na rua Curuçá com a travessa Soares Carneiro, os constantes aumentos
no preço do gás pegaram muitos revendedores de surpresa, pelo fato de que isso
nunca tinha ocorrido. “Assustou também os consumidores porque eles foram os
mais afetados. Nós, enquanto revendedores, temos uma perda, pois muitas vezes
tentamos segurar um pouco o preço tendo conhecimento da área onde trabalhamos.
Temos clientes da classe média e baixa, e tentamos oferecer um valor que possa
atender aos dois públicos”, explicou.
Em
aproximadamente dois anos, o gás na revenda aumentou R$ 35 ou mais, ela
relembra. “No início de 2020 estava vendendo a R$ 70, e agora, a R$ 105 na
portaria, e R$ 112, se for com entrega. É uma diferença grande. E como
revendedor também temos custos com gasolina, para levar o botijão até o cliente,
e a gasolina é algo que também aumentou. Também tem o custo com o entregador e
tudo isso precisa ser contabilizado”, destacou a proprietária.
Para
quem depende do produto para trabalhar, pesa no orçamento. O vendedor de
salgados Clebson Fonseca, 34, abriu recentemente um ponto próximo de sua casa,
na rua Ferreira Pena com a Curuçá, e diz que, com o preço que pagou, espera que
dure, pelo menos, duas semanas. “Já trabalhei em 2015 com alimentos e durava
esse tempo. Consegui comprar este a R$ 110 e me informaram na revenda que já
era com desconto, pois estão vendendo a R$ 115”, contou. Mesmo assim, ele diz
que não pensou em outra alternativa, como por exemplo, usar carvão ou fogão
elétrico. “A energia está também muito cara, então, não tem muito para onde correr”,
argumentou.
Da Redação/Viva
Notícias
Fonte: Dol
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