Os médicos que acompanham a cantora Paulinha Abelha, internada em unidade de terapia intensiva há 13 dias com problemas renais, definiram o estado de coma dela com o nível 3 na Escala de Glasglow, que se caracteriza como o mais profundo.
Cantora Paulinha Abelha da banda Calcinha Preta — Foto: Arquivo pessoal/Redes sociais/Arquivo
“Quem
está em coma Glasgow 3, tem um coma que não responde a nenhum estímulo. O
estágio mais profundo do coma, normalmente implica lesão neurológica muito
grave”, explicou.
A
escala vai de 3 a 15, sendo que no nível 15 o paciente não tem nenhum grau de
redução das funções cerebrais e no nível 3 ele apresenta um estado de coma
profundo, e não apresenta qualquer resposta ao exame físico específico.
De
acordo com o Ministério da Saúde, há uma escala de pontuações que avalia o
nível de consciência dos pacientes:
Abertura
ocular: espontânea (4); à voz (3); à dor (2); nenhuma (1).
Resposta
verbal: orientada (5); confusa (4); palavras inapropriadas (3); palavras
incompreensíveis (2); nenhuma (1).
Resposta
motora: obedece a comandos (6); localiza a dor (5); movimentos de retirada (4);
flexão normal (3); extensão anormal (2); nenhuma (1).
Resposta
pupilar: reação bilateral ao estímulo (2); apenas uma reage ao estímulo (1);
nenhuma (0).
Como
surgiu
A
escala de Glasgow foi desenvolvida na década de 70 por neurologistas da
Universidade de Glasgow para avaliação do nível de coma em pacientes que
sofriam traumatismo craniano.
“De tão popular, acabou sendo adaptada para
avaliar outros pacientes em coma, mesmo sem traumatismo craniano”, disse o
médico Luiz Flávio Prado.
Em
2018, uma atualização veio para refinar a avaliação incluindo a análise das
pupilas. "As pupilas são também um reflexo da função cerebral. Em caso de
coma profundo, elas param de funcionar e isso é mais um sinal de
gravidade", complementou.
O
que disseram os médicos da equipe
Nesta
terça-feira (22), a equipe médica que acompanha a cantora Paulinha Abelha, da
banda Calcinha Preta, concedeu entrevista coletiva sobre o estado de saúde da
artista. Ela chegou ao Hospital Primavera no dia 17 de fevereiro em coma e
continua em coma grave, ou seja, em rebaixamento severo sensório. Eles
descartaram a possibilidade de uma possível infecção bacteriana no cérebro e
evidências de morte encefálica.
"A
pergunta que a gente faz agora é quais as etiologias [causas médicas] que
justifiquem uma pessoa estar em um coma, em uma Escala de Glasgow 3, que é a
nota mais baixa que você pode ter numa escala de classificação de coma”,
explicou o médico neurologista, Marcos Aurélio Alves.
Os
médicos investigam, no momento, um caso de intoxicação medicamentosa, uma vez
que a combinação com outros medicamentos pode gerar uma lesão celular, que pode
lesionar célula hepática, renal e neurológica.
“Hoje
nosso interesse é mantê-la viva. E não está sendo uma função fácil", disse
o neurologista Marcos Aurélio, quando questionado sobre a possibilidade de a
cantora vir a apresentar sequelas.
Os
médicos descartaram a possibilidade de transferência da cantora para outro
estado, já que ela está recebendo todo o suporte necessário no momento.
Campanha de doação de sangue
Uma
campanha de doação de sangue para a cantora está sendo realizada pelo Instituto
de Hematologia e Hemoterapia de Sergipe (IHHS).
Podem
ser destinados à cantora sangues do tipo O+ e O-, de segunda a quinta-feira, de
7h às 17h, na sexta de 7h às 16h, e no sábado, de 8h às 12h.
A
sede do IHHS fica na Rua Guilhermino Rezende, 187, Salgado Filho, em Aracaju.
Em Nossa Senhora do Socorro, a doação pode ser feita no Shopping Prêmio, lojas
164 e 165. Na cidade de Lagarto, é possível doar no Centro Médico José Vieira
Filho, praça Filomeno Hora, 52, Centro (1º piso). Em Itabaiana, na Maternidade
São José, Centro.
Caso
existam grupos de mais dez de pessoas para doar, é necessário entrar em contato
por algum dos números deste link.
Entenda
o caso
11
de fevereiro - a cantora Paulinha Abelha foi hospitalizada em Aracaju depois de
chegar de uma turnê com a banda Calcinha Preta em São Paulo. A internação foi
para tratar de problemas renais, mas a causa não foi divulgada;
14
de fevereiro - o quadro da cantora se agravou e ela foi transferida para a UTI.
A partir daí, passou a fazer diálise;
17
de fevereiro - O boletim médico desse dia informou que Paulinha estava em coma
e, por causa da instabilidade neurológica, não tinha condições clínicas
suficientes para a transferência. No fim da noite a situação mudou e ela foi
transferida para o Hospital Primavera, na Zona Sul de Aracaju, para fazer novos
exames renais;
18
de fevereiro - o boletim médico informou que a artista permanecia em coma,
clinicamente estável, com quadro de infecção controlado e respirando com o
suporte de aparelho. A assessoria da cantora disse ainda que estava descartada
a possibilidade de morte cerebral, e que naquela tarde ela passaria por mais
uma sessão de hemodiálise. Segundo a assessoria, Paulinha estava sendo
submetida a um novo tratamento, que só deveria apresentar resposta em 72 horas.
Com relação à transferência para hospital de outro estado, a assessoria
informou que não havia previsão de quando poderia acontecer;
19
de fevereiro - No fim da manhã do sábado, novo boletim informava que após a
investigação com exames complementares, foi afastada a possibilidade da cantora
estar com "doenças infecciosas de interesse epidemiológico para a
comunidade". O documento não trouxe mais detalhes sobre quais doenças
seriam essas. À noite, os médicos informaram que ela estava intubada e em coma
persistente;
20
de fevereiro - Segundo o boletim médico do domingo, a cantora apresentou quadro
neurológico grave e permanecia internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Ela também continuava em coma e intubada;
21
de fevereiro - na segunda-feira, a artista seguia com quadro neurológico grave,
sem sinais de instabilidade hemodinâmica, respirando com a ajuda de aparelhos e
necessitando de diálise.
Da Redação/Viva
Notícias
Fonte: g1
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