Aproveitando o Dia da Criança, celebrado na última terça-feira (12), uma campanha da Organização das Nações Unidas (ONU) está chamando atenção para a situação de vulnerabilidade de crianças que foram forçadas a deixar seus países. A iniciativa, colocada em prática através do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), mobiliza usuários das redes sociais em torno do mote #RefugiadosTêmDireitoÀInfância e também busca arrecadar recursos por meio de doações.
De
acordo com dados reunidos pelo Acnur na última edição do relatório anual
Tendências Globais, referente a 2020, cerca de 26,4 milhões de pessoas se
submeteram a deslocamentos forçados e estão fora de seus países. Quase metade
deles tem menos de 18 anos.
"As
crianças são particularmente afetadas durante as crises de deslocamento,
especialmente se o deslocamento se arrastar por muitos anos. Novas estimativas
do Acnur mostram que quase um milhão de crianças nasceram como refugiadas entre
2018 e 2020. Muitos deles correm o risco de permanecer no exílio nos próximos
anos, alguns potencialmente para o resto de suas vidas", diz o relatório.
O Acnur pontua que os deslocamentos forçados são experiências traumáticas que
nem adultos estão preparados para viver.
"É
especialmente desafiador garantir o melhor interesse das crianças em risco,
incluindo crianças desacompanhadas ou separadas de suas famílias. Cerca de 21
mil crianças desacompanhadas ou separadas apresentaram novos pedidos de asilo
em 2020 (2%), em comparação com 25 mil um ano antes (1%). Considerando que os
novos pedidos de asilo em 2020 caíram um milhão devido à covid-19, este número
é desproporcionalmente alto", acrescenta o documento.
Dados
coletados pelo Acnur em 40 países entre março de 2019 e março de 2020 mostram
que a taxa bruta de matrícula para refugiados no nível primário foram de 68%.
Já para jovens no nível secundário foi de apenas 34%.
Criado
em 1950 pela ONU para assegurar e proteger os direitos das pessoas em situação
de refúgio em todo o mundo, o Acnur é responsável pela articulação de uma rede
de organizações sociais e entidades do terceiro setor. Elas desenvolvem ações
em frentes variadas que incluem cursos de português, capacitação profissional,
encaminhamento de crianças para a escola, concessão de auxílios sociais e
financeiros, atendimento psicossocial, entre outras ações. Todas essas medidas
são financiadas exclusivamente por meio de doações.
Em
alguns locais mais críticos, o Acnur também realiza ações diretas. No Brasil,
isso ocorre em Roraima, devido a preocupações com a situação na fronteira com a
Venezuela: dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) revelam que 65%
das 82.552 pessoas que solicitaram refúgio ao país no ano de 2019 eram
venezuelanos.
O
Brasil recebeu, em 2020, um total de 6.350 solicitações de reconhecimento da
condição de refugiado apresentadas por crianças menores de 15 anos. A maioria
são venezuelanas (5.580), seguida por haitianas (344) e cubanas (130). Ainda
aparecem na lista crianças refugiadas de Angola, Colômbia e Síria, entre
outras.
Da Redação/Viva
Notícias
Fonte: Agência Brasil
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