Mais de sete meses após o vencimento do prazo para conclusão dos reassentamentos em Mariana (MG), a Fundação Renova agora diz que a meta é entregar as casas só no fim de 2022. Atingidos, entretanto, afirmam que não têm conhecimento sobre a nova data e não acreditam que ela será cumprida. Oficialmente, a questão ainda é tratada na Justiça.
Em
novembro, o rompimento da barragem da Samarco, cujas donas são a Vale e BHP
Billiton, completa seis anos. Mauro Marcos da Silva, que integra a comissão de
atingidos de Bento Rodrigues, diz que foi informado apenas da previsão de
finalização de 70 casas até o fim deste ano. Entretanto, desconhecia a meta de
conclusão das obras dentro de pouco mais de um ano.
Em
5 de novembro de 2015, o “mar de lama” destruiu em Mariana as comunidades de
Bento Rodrigues e de Paracatu de Baixo e matou 19 pessoas. O desastre ainda
provocou a devastação do Rio Doce, em Minas Gerais e no Espírito Santo.
Os
reassentamentos em Mariana deveriam ter sido entregues em 27 de fevereiro deste
ano. Esse foi o terceiro prazo anunciado pela fundação, mas, até agora, apenas
dez de mais 300 casas estão prontas.
"A
discussão sobre o prazo para concluir o reassentamento encontra-se na 2ª
Instância, e ainda aguarda julgamento", afirmou o Tribunal de Justiça de
Minas Gerais (TJMG). Apesar disso, segundo o presidente da Renova, André de
Freitas, internamente a fundação já trabalha com a nova expectativa.
“Nossa
meta é terminar de entregar todas as casas até o fim do ano que vem. (...)
Alguns projetos ainda não foram definidos. A família pode levar o tempo que
precisar pra fechar os projetos. Essas [casas] a gente não consegue dar
prazo", declarou.
O
g1 questionou a Fundação Renova se, neste prazo citado pelo presidente da
entidade, os atingidos já poderão se mudar para as casas dos reassentamentos,
mas a pergunta não foi respondida. A expectativa é que eles passem a morar nos
imóveis só quando todas as obras estiverem prontas.
"A
evolução das obras do reassentamento e a estimativa de conclusão de trabalhos
até dezembro de 2022 em Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo consideram os
projetos que já tiveram aprovação dos atingidos, condição essencial para o
início de obra de cada unidade, e que interfere na quantidade de casas
concluídas", afirmou a Renova.
Assim
como Mauro, Romeu Geraldo Oliveira, que faz parte da comissão de Paracatu de
Baixo, vê com desconfiança a nova meta da fundação.
Em
agosto, a Renova afirmou que 247 famílias serão atendidas no novo Bento
Rodrigues. Segundo dados divulgados pela entidade nesta quinta-feira (30),
quase 6 anos após a tragédia, apenas dez casas estão prontas. Outras 87 estão
em construção.
No
novo Paracatu de Baixo, a demora é ainda maior e mais desanimadora para os
atingidos. Por lá, não há nenhuma moradia concluída. O primeiro tijolo para
erguer paredes da primeira casa somente foi colocado há menos de 15 dias.
Segundo a Renova, apenas 11 casas tiveram as obras iniciadas até agora.
Da
Redação/Viva Notícias
Fonte: g1
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